terça-feira, 22 de janeiro de 2013



                                            QUEM SOMOS NÓS?
Alunos do Curso de Licenciatura em História-UNEB-UAB. Polo XV-Valença-Ba
Por: Darci Cainana Alves, Ezequias Nascimento, Elisângela Marinho, Quesia Santos, Vanete Rodrigues.

  
TREINANDO O OLHAR:

A religiosidade sempre esteve interligada ao processo de colonização do Brasil e por extensão na Bahia não foi diferente. No período colonial a atuação da igreja católica era intensa nos mais diversos recantos da ocupação Portuguesa. Para dinamizar esse processo os jesuítas representavam a igreja integravam a  ordem católica da companhia de Jesus, a fim de expandir a fé católica para os territórios nativos e os habitantes que ali residiam.
Nesse ínterim, umas das principais funções dos jesuítas era a catequização dos índios. Para os jesuítas estes não possuíam nenhum conhecimento de Deus  sendo necessário trazê-los para verdadeira fé cristã. Sendo uma tarefa difícil no decorrer do processo de colonização, uma vez que o processo de catequização remetia a extinguir os valores intrínsecos dos índios, promulgando um verdadeiro aportuguesamento ,desmerecendo a existência das particularidades do outro.
Uma das atividades de maior importância desenvolvidas pela igreja católica na colônia foi a educação escolar. Nessa atividade, a companhia de Jesus Desempenhou o papel principal, entre todas as congregações e ordens religiosas(...)Na Bahia, a escola onde se davam o ensino e a catequese era, segundo as cartas escritas pelos jesuítas , uma pequena construção térrea, com um dormitório, uma área de estudo, um corredor e uma sacristia (PRIORE, 1997, p.59-60).
 
FONTE:Disponívelemhttp://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-R&sa=N&tbo=d&biw=960&bih=485&tb

EXPLORANDO E REFLETINDO:

Na Bahia solo da gênese do Brasil, onde os Jesuítas permaneceram criaram capelas com o objetivo de instruir os nativos aos dogmas doutrinários da fé cristã como também igrejas, de origem colonial um aspecto ainda  visível  na atualidade. Ao contemplar os resquícios arquitetônico da colonização no entorno da cidade lá estão eles: Os imponentes  templos religiosos, de arquitetura lusitana de longevidade secular, erigidos nos centros urbanos ou no ápice de colinas.
Para tanto, Esse trabalho busca suscitar uma breve análise  visual das influências do círculo religioso das ordens jesuíticas no período da colonização na égide doutrinária dos templos religiosos  instituídos pelos jesuítas na cidade de Taperoá-Bahia que se perduraram no recorte temporal até à atualidade, nos aspectos imateriais e materias, , homenageando os jesuítas que ali estiveram. Diários de viagens dos jesuítas nestas andanças confirmam a presença dos nativos em grande quantidade  como afirma Silva, 2003:

“ De regresso á Bahia, foi Luiz da Grã marando os sítios onde fariam as aldeias em que se ajuntariam os índios da região. Meses depois, tornou as ditas paragens com mais dois padres e dois irmãos, instalando-se então, a  aldeia de Nossa Senhora  da Assunção de Tapetitanga, depois de Macamamu ou Camamu. Aí ficaram O Padre Pedro da Costa e seu irmão. Seguidamente instalou a aldeia de São Miguel de Taperaguá , onde deixou também um padre e um irmão. (CAMPOS, 2006, p.97)”.

 
 
                                              Monumento da Fundação de Taperoá-Ba.
 
CARACTERIZAÇÃO


  
O município de Taperoá foi fundado em 1916, nos primórdios da colonização integrava parte da capitania de São Jorge dos Ilhéus, no presente encontra-se localizado na região denominada como baixo sul da Bahia, fazendo parte do conjunto de municípios integrantes da Costa do Dendê, possui um contingente habitacional com pouco mais de 18 mil habitantes.  
 Marcante foi a presença dos jesuítas nessas terras, anteriormente habitadas pelos povos originários, que sofreram intensas mudanças a partir da invasão Portuguesa, como o processo de catequização.
A pesquisa feita, entretanto, leva-nos admitir que em 23 de Novembro de  1561, originou-se uma aldeia  chamada São Miguel de Taperaguá, fundada por  Jesuítas e habitada por indígenas, que se localizava onde é a Muritiba. (PINHEIRO,1989 p.15).




 

        Foto do atual comunidade de Muritiba, Taperoá-Bahia.


    Para, além disso, ainda não  dispomos de outras fontes que traga informações a respeito  desse período e do cotidiano desses povos inerentes ao processo de catequização pelos jesuítas , restando poucos vestígios a respeito de suas vivências cotidiana, que provavelmente   partir do processo de exploração portuguesa foram dizimados ou exterminados por diversas maneiras ,  como aconteceu em outras áreas do nosso país, sabemos apenas que a denominação da aldeia por Taperaguá deu origem a palavra Taperoá, de origem tupi e significa morador nas ruínas dos destroços, enquanto Taperaguá, sacos de pedra.
Contamos também com um vestígio arqueológicos, em uma pedra do rio Camurugi, que segundo relatas dos nossos idosos foram marcas deixadas  pelos povos originários, enquanto local que fabricavam ou amolava suas ferramentas, como nos mostra a fotografia do local:
 


 
  Fotografia do acervo pessoal do senhor Miguel Ferreira de Araújo
                                         
 Abandonando por ora os requícios indígenas. No aspecto ao patrimôni histórico religioso, PINHEIRO afirma:

O patrimônio histórico de Taperoá começou a ser constituído no mesmo ano de 1561, onde foi erguida a primeira capela, invocando a São Miguel como padroeiro. Porém, sem registros das causas, o templo foi demolido em 1620, e ainda neste ano, o Capitão Lucas Fonseca Saraiva, fez construir no mesmo local, em cima da colina, a igreja de São Brás, já que este santo o livrou de um mal na garganta e o beneficiário o quis homenagear. (PINHEIRO, 1989).
 
 

                         Igreja de São Brás, localizada na colina da cidade.



 
 

Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Ru Gilberto Passos, Centro. Taperoá-Bahia.
 

As fotos acima caracterizam bem o parâmetro teocêntrico ideologizado pelas estruturas arquitetônicas em Taperoá-Bahia. Por isso doutrinar implica construir subjacente viés religioso da interface dogmática necessária a explicação da sociedade de forma a assegurar a estabilidade social vigente.


 


RELACIONANDO PASSADO E PRESENTE

Os resquícios do processo de colonização apresentam em seu bojo a proeminência da relação entre colonizador e colonizado sob as mais diversas esferas ideológicas e temporais Os recursos visuais acima exemplificados apresentam um olhar panorâmico acerca do período colonial em Taperoá , apresenta  o lócus social perpetuado até a contemporaneidade evocando as particularidades do período presentes em nossa localidade. 
As informações aqui apresentadas  brevemente neste trabalho atentou para pesquisa local das Estruturas dedicada ao serviço religioso através dos Jesuítas, envolvendo um simbolismo cósmico, observados nos  festejos nos templos  para os  munícipes taperoenses. Para além de observar o conjunto arquitetônico religioso, os imponentes templos religiosos, configuram na população local a égide doutrinária da maior instituição religiosa do Brasil, como um laboratório fantástico para o estudo sobre religião tendo em vista a magnitude de debates prolíferos. 

PARA SABER MAIS....

Como chegar em Taperoá-Bahia?

Partindo de Salvador: BR-324 até o entroncamento da BR-101 e seguir até o entroncamento de Santo Antônio de Jesus para, então, pegar a BA-001 até Taperoá.(FONTE: FÉRIASTUR.COM)



  
REFERÊNCIAS:

CAMPOS, João da Silva. Crônica da capitania de São Jorge dos Ilhéus. Ilhéus, Ba: Editus, 2006.
PINHEIRO, Osmar. Taperoá, Minha Terra, Minha Gente e Sua Política. Salvador: contemp, 1989.
PRIORE, Mary del. Religião e religiosidade no Brasil colonial. São Paulo, Ática, 1997.


                                                                            

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