QUEM SOMOS NÓS?
Alunos do Curso de
Licenciatura em História-UNEB-UAB. Polo XV-Valença-Ba
Por: Darci Cainana Alves,
Ezequias Nascimento, Elisângela Marinho, Quesia Santos, Vanete Rodrigues.
TREINANDO O OLHAR:
A religiosidade sempre
esteve interligada ao processo de colonização do Brasil e por extensão na Bahia
não foi diferente. No período colonial a atuação da igreja católica era intensa
nos mais diversos recantos da ocupação Portuguesa. Para dinamizar esse processo
os jesuítas representavam a igreja integravam a ordem católica da companhia de Jesus, a fim de
expandir a fé católica para os territórios nativos e os habitantes que ali
residiam.
Nesse ínterim, umas das
principais funções dos jesuítas era a catequização dos índios. Para os jesuítas
estes não possuíam nenhum conhecimento de Deus sendo necessário trazê-los para verdadeira fé
cristã. Sendo uma tarefa difícil no decorrer do processo de colonização, uma
vez que o processo de catequização remetia a extinguir os valores intrínsecos
dos índios, promulgando um verdadeiro aportuguesamento ,desmerecendo a
existência das particularidades do outro.
Uma das atividades de maior
importância desenvolvidas pela igreja católica na colônia foi a educação
escolar. Nessa atividade, a companhia de Jesus Desempenhou o papel principal,
entre todas as congregações e ordens religiosas(...)Na Bahia, a escola onde se
davam o ensino e a catequese era, segundo as cartas escritas pelos jesuítas ,
uma pequena construção térrea, com um dormitório, uma área de estudo, um
corredor e uma sacristia (PRIORE, 1997, p.59-60).
FONTE:Disponívelemhttp://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-R&sa=N&tbo=d&biw=960&bih=485&tb
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EXPLORANDO E REFLETINDO:
Na Bahia solo da gênese do
Brasil, onde os Jesuítas permaneceram criaram capelas com o objetivo de
instruir os nativos aos dogmas doutrinários da fé cristã como também igrejas,
de origem colonial um aspecto ainda visível na atualidade. Ao contemplar os resquícios
arquitetônico da colonização no entorno da cidade lá estão eles: Os
imponentes templos religiosos, de
arquitetura lusitana de longevidade secular, erigidos nos centros urbanos ou no
ápice de colinas.
Para tanto, Esse
trabalho busca suscitar uma breve análise visual das influências do círculo religioso
das ordens jesuíticas no período da colonização na égide doutrinária dos
templos religiosos instituídos pelos
jesuítas na cidade de Taperoá-Bahia que se perduraram no recorte temporal até à
atualidade, nos aspectos imateriais e materias, , homenageando os
jesuítas que ali estiveram. Diários de viagens dos jesuítas nestas andanças
confirmam a presença dos nativos em grande quantidade como afirma Silva, 2003:
“ De regresso á Bahia, foi
Luiz da Grã marando os sítios onde fariam as aldeias em que se ajuntariam os
índios da região. Meses depois, tornou as ditas paragens com mais dois padres e
dois irmãos, instalando-se então, a
aldeia de Nossa Senhora da
Assunção de Tapetitanga, depois de Macamamu ou Camamu. Aí ficaram O Padre Pedro
da Costa e seu irmão. Seguidamente instalou a aldeia de São Miguel de Taperaguá
, onde deixou também um padre e um irmão. (CAMPOS, 2006, p.97)”.
Monumento da Fundação de
Taperoá-Ba.
CARACTERIZAÇÃO
O município de Taperoá foi
fundado em 1916, nos primórdios da colonização integrava parte da capitania de
São Jorge dos Ilhéus, no presente encontra-se localizado na região denominada
como baixo sul da Bahia, fazendo parte do conjunto de municípios integrantes da
Costa do Dendê, possui um contingente habitacional com pouco mais de 18 mil
habitantes.
Marcante foi a presença dos jesuítas nessas
terras, anteriormente habitadas pelos povos originários, que sofreram intensas
mudanças a partir da invasão Portuguesa, como o processo de catequização.
A
pesquisa feita, entretanto, leva-nos admitir que em 23 de Novembro de 1561, originou-se uma aldeia chamada São Miguel de Taperaguá, fundada
por Jesuítas e habitada por indígenas,
que se localizava onde é a Muritiba. (PINHEIRO,1989 p.15).
Foto do atual comunidade de
Muritiba, Taperoá-Bahia.
Para, além disso, ainda
não dispomos de outras fontes que traga
informações a respeito desse período e do cotidiano desses povos inerentes ao
processo de catequização pelos jesuítas , restando poucos vestígios a respeito
de suas vivências cotidiana, que provavelmente
partir do processo de exploração portuguesa foram dizimados ou
exterminados por diversas maneiras ,
como aconteceu em outras áreas do nosso país, sabemos apenas que a
denominação da aldeia por Taperaguá deu origem a palavra Taperoá, de origem
tupi e significa morador nas ruínas dos destroços, enquanto Taperaguá, sacos de
pedra.
Contamos também com um
vestígio arqueológicos, em uma pedra do rio Camurugi, que segundo relatas dos
nossos idosos foram marcas deixadas
pelos povos originários, enquanto local que fabricavam ou amolava suas
ferramentas, como nos mostra a fotografia do local:
Fotografia do acervo pessoal do senhor Miguel Ferreira de
Araújo
Abandonando por ora os requícios indígenas. No aspecto ao patrimôni histórico religioso, PINHEIRO afirma:
O
patrimônio histórico de Taperoá começou a ser constituído no mesmo ano de 1561,
onde foi erguida a primeira capela, invocando a São Miguel como padroeiro.
Porém, sem registros das causas, o templo foi demolido em 1620, e ainda neste
ano, o Capitão Lucas Fonseca Saraiva, fez construir no mesmo local, em cima da
colina, a igreja de São Brás, já que este santo o livrou de um mal na garganta
e o beneficiário o quis homenagear. (PINHEIRO, 1989).
Igreja de São Brás,
localizada na colina da cidade.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Ru
Gilberto Passos, Centro. Taperoá-Bahia.
As fotos acima caracterizam bem
o parâmetro teocêntrico ideologizado pelas estruturas arquitetônicas em
Taperoá-Bahia. Por isso doutrinar implica construir subjacente viés religioso
da interface dogmática necessária a explicação da sociedade de forma a
assegurar a estabilidade social vigente.
RELACIONANDO PASSADO E
PRESENTE
Os resquícios do processo de
colonização apresentam em seu bojo a proeminência da relação entre colonizador
e colonizado sob as mais diversas esferas ideológicas e temporais Os recursos
visuais acima exemplificados apresentam um olhar panorâmico acerca do período
colonial em Taperoá , apresenta o lócus
social perpetuado até a contemporaneidade evocando as particularidades do
período presentes em nossa localidade.
As informações aqui apresentadas brevemente neste trabalho atentou para pesquisa
local das Estruturas dedicada ao serviço
religioso através dos Jesuítas, envolvendo um simbolismo cósmico, observados
nos festejos nos templos para os munícipes taperoenses. Para além de observar o
conjunto arquitetônico religioso, os imponentes templos religiosos, configuram
na população local a égide doutrinária da maior instituição religiosa do
Brasil, como um laboratório fantástico para o estudo sobre religião tendo em
vista a magnitude de debates prolíferos.
PARA SABER MAIS....
Como chegar em Taperoá-Bahia?
Partindo
de Salvador: BR-324 até o entroncamento da BR-101 e seguir até o
entroncamento de Santo Antônio de Jesus para, então, pegar a BA-001 até
Taperoá.(FONTE: FÉRIASTUR.COM)
REFERÊNCIAS:
CAMPOS, João da Silva. Crônica da capitania de São Jorge dos
Ilhéus. Ilhéus, Ba: Editus, 2006.
PINHEIRO, Osmar. Taperoá, Minha Terra, Minha Gente e Sua
Política. Salvador: contemp, 1989.
PRIORE, Mary del. Religião e religiosidade no Brasil
colonial. São Paulo, Ática, 1997.